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Como Lidar com as Pessoas Difíceis e com os Desafios?

Muito Além da RESILIÊNCIA



Todos os dias, passamos por momentos que percebemos como ruins, desafiadores ou desconfortáveis. E além de momentos, encontramos pessoas que nos deixam muito desconfortáveis também. Na verdade, não há como viver sem sentir desconforto, mesmo que você esteja sentado ou deitado lindamente na sua cama de tecidos macios no ar condcionado. Se você parar para perceber agora, como está o seu corpo, suas costas, seus pés, seus ombros, pode perceber que há algum desconforto aí agora: uma calça apertando, uma dor na panturrilha ou um incômodo nas costas.


Mas então, o que faz que eu me sinta confortável ou desconfortável?


O foco.


Sim, o quanto de sua atenção está no conforto ou no desconforto pode fazer a diferença em você se sentir bem ou profundamente incomodado, seja por uma dor física, uma mudança na política ou seja pela perda de alguém. Perceber o desconforto sem supervalorizar e sim atuar na melhoria possível dele, pode ser o caminho mais equilibrado. Ou seja, dar a atenção necessária.


Contudo, existem desconfortos que não são possíveis de solução imediata, que dar uma “ajeitadinha” não é suficiente para a sensação desagradável diminuir ou até mesmo sumir.


E vale ressaltar que alguns de nós temos baixíssima resistência ao se deparar com algo que gera desconforto por mais tempo e logo tentamos fazer várias coisas para evitar a experiência desagradável, o que na verdade pode gerar mais problemas do que soluções. Negar ou evitar entrar em contato com aquilo que nos traz desconforto pode na verdade aumentar o desconforto, é só uma questão de tempo.


Resumidamente, a capacidade de tolerar desconforto é uma habilidade para suportar e sobreviver a momentos de crise sem fazer coisas piores tentando evitar a realidade. Saber esperar passar os momentos difíceis, aceitar a realidade e não evitar-la fazendo outras coisas na vã tentativa de evitar a experiência desagradável. Temos que sair da birra - “não quero experienciar isso que está acontecendo comigo! Pois isso não deveria estar acontecendo! eu não quero!”


Desenvolver uma atitude mais atenta, manter a mente no presente e com uma postura ativa é fundamental para sabermos como agir, e não reagir a tudo a todo o tempo. Aprender a lidar com a adversidade, com os tempos difíceis é um dos principais fatores de uma vida mais feliz. Ter a consciência de que não se pode controlar tudo ao seu redor, que o mundo gira sem a sua permissão, pode lhe trazer a paz que tanto almeja. Afinal, uma das falas da administração de empresas cabe bem aqui: o que não tem solução, solucionado está.


Agora, quando temos pessoas difíceis em nossas vidas, ou que temos que conviver, ou que elas apenas passam por nós, temos que aprender essa máxima de que o mundo e as pessoas estão fora do meu controle. Apenas meu mundo interno eu posso controlar. O que vem de fora, eu busco plantar no dia a dia, aquilo que eu quero colher. Mas às vezes, a colheita, não é o que você espera. A nossa colheita também, depende além de nós, do clima, da natureza, e as vezes do vizinho.


Mas para lidar com pessoas difíceis, podemos seguir oito dicas de ouro:


  1. Tenha Calma - manter uma postura de paz e equilíbrio, não entre no jogo emocional do outro

  2. Saiba se retirar - não fique em um ambiente hostil, não se violente permanecendo em um lugar onde as pessoas te tratam mal.

  3. Autoconhecimento - identifique seus limites e necessidades, avalie a necessidade e a prioridade deste relacionamento

  4. Não caia nas provações - perceba que o desequilíbrio é do outro, não seu.

  5. Tenha Compaixão - desenvolva a capacidade de olhar para outro percebendo a sua dor e a busca da felicidade

  6. Observe os pontos positivos da pessoa - ao invés de ficar somente observando o que a pessoa manifesta de desagradável, observe também se ela tem comportamentos que te agradam também. Faça isso de forma realista e não tentando amenizar o comportamento agressivo.

  7. Não leve tudo para o pessoal - muitas pessoas difíceis, turronas, são assim com todas as pessoas ao redor delas. Você provavelmente não é o único.

  8. Tenha Empatia - coloque-se no lugar da pessoa e observe se ela se comporta assim devido a um histórico de vida. Isso não é para amenizar a falta de habilidade do outro em se relacionar, é para você compreender que os comportamentos tem uma origem.


Lidar com pessoas difíceis não necessariamente nos traz a necessidade de tolerar. Ninguém está neste mundo para tolerar agressão física, verbal e psicológica. Como muitas vezes, apesar dos seus esforços, a pessoa não muda de comportamento, o ideal nesses casos é o afastamento e manter uma postura de paz interna (dentro do possível). Não permitir que o desequilíbrio do outro te desequilibre, é uma arte e essencial para as relações humanas.


Existe um conto que eu achei no site http://paxprofundis.org/ que ilustra bem isso:


Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.
Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se.
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós?
Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai.
A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos.
O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre. — Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a serenidade, só se você permitir!

Concluindo: que o ideal é olhar para nós mesmos e para os outros de forma realista e observar atentamente os fatos da vida, sem supervalorizar a dor e o sofrimento, mantendo uma postura de paz, compreendendo que o desconforto sempre irá existir e que os desequilíbrios das outras pessoas não são seus. Aprender a discernir o que tem que ser tolerado ou modificado faz parte de uma mente atenta e madura. Somente assim poderemos atuar na vida de forma a superar os desafios e, não criar mais problemas.


Agir assim, é agir além da resiliência, é aprender a ter uma postura de vida mais atenta, menos reativa e com maior possibilidade de construir felicidade. Conheça você mesmo para saber o seu potencial em lidar com os desafios da vida!

Medite, respire e confie!


Um super abraço!


Zaionara Gomes

Psicóloga



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