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A Única Verdade Sobre a Memória



Você já parou para pensar para que serve a memória e porque coisas ruins que nos acontecem ficam guardadas por anos? Será que as lembranças são apenas para nos fazer sofrer e decorar os nomes dos estados para aquela prova de geografia? Por que as coisas boas que nos acontecem não vem a tona com a facilidade das coisas ruins?


Muitas pesquisas têm sido feitas ao longo das décadas, mas ainda não há uma compreensão total de como guardamos e organizamos as recordações. Contudo, há uma luz no fim do túnel e pesquisas recentes nos trazem mais informações e indicações mais precisas sobre a memória e sua verdadeira utilidade para nós.


Só para você saber, para guardamos algo na memória, primeiro temos que perceber através dos nossos sentidos : olfato, visão, audição, paladar e tato. Para guardar, temos que experimentar.


A primeira etapa para guardar algo, é a realizada no que chamamos de memória de curto prazo e essa dura segundos. Dependendo da sua avaliação se aquilo é importante ou não e do conteúdo emocional da situação, a memória vai ser instalada em outro local do cérebro, dando a elas maior durabilidade. São as chamadas memória de longo prazo. Uma área importante é o hipocampo, mas na verdade nossas memórias estão mais presentes em na comunicação entre os nossos neurônios, nossas lindas celulas do cerebro, do que somente em uma área específica. Aliás, quanto mais emoções estiverem presentes na situação, mais você irá reter a lembrança.


Mas para você entender por que às vezes é difícil esquecer aquela pessoa que saiu da sua vida, é importante saber que temos dois tipos de memórias e como elas funcionam:

Vamos então falar do primeiro tipo, as Memórias Explícitas.

Essas memórias são aquelas que conseguimos descrevê -las por frases e palavras bem definidas e se subdividem em dois grupos:

  • Memória Episódica: está relacionada a eventos e datas - a lembrança de uma viagem incrível ou o fatídico dia em que o casamento acabou.

  • Memória Semântica: abrange o significado dos objetos e símbolos. Essa ajuda a você reter o nome das coisas, como por exemplo: você sabe o que é uma cadeira, um carro, um elefante… você consegue ver algo e nomeá-lo, sem precisar ter uma placa dizendo o que é.

Agora, o outro tipo de memória, são as implícitas. Essas são aquelas que não nos damos conta que estão por ali, mas as usamos o tempo todo e se dividem em três tipos: adquirida, de procedimento e associativa.


A memória adquirida ocorre quando percebemos algo antecipadamente. É o caso de reconhecer a música ao ouvir os primeiros acordes ou saber qual tipo de bolo é pelo cheiro. A que chamamos de memória de capacidade, está relacionada ao fato fazermos operações sem pensar diretamente nelas. É o que nós chamamos de competência inconsciente.

Temos como exemplo dirigir um carro ou andar de bicicleta.


Já a memória Associativa é uma resposta a um estímulo externo, como salivar ao ver ou sentir o cheiro de um bom churrasco, ou sentir o coração bater mais forte com aquele perfume. Também essa memória é que faz com que você se emocionar ao ver uma foto com o ex, pois só de ver a foto, as emoções associadas ao término e também as que estavam presentes durante o relacionamento, voltam à tona como se você estivesse até mesmo revivendo.


Em todos os tipos de memória, o que vai fazer diferença no aprendizado e na retenção de conteúdo é quanto de carga emocional está presente no momento. Então, se você terminou um relacionamento e sofreu muito, isso de certa forma foi armazenado com maior intensidade em seu cérebro. Se você não sentisse nada pela pessoa, logo logo você a esqueceria.


Mas afinal? Para que serve a memória? Para que temos que lembrar daquilo que nos fez sofrer? E será que a memória é confiável? Para o psicólogo Daniel Schacter, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos a imaginação também atua no processo de recordação, pois o que temos são memórias das memórias, e não conseguimos lembrar todos os detalhes dos fatos e, acabamos preenchendo as lacunas com coisas criadas pela nossa mente. São as falsas lembranças ou lembranças distorcidas. Então se não dá para confiar na memória, então para que ela serve?


Estudos recentes indicam que a memória provavelmente não serve para você ficar remoendo o que seu namorado ou sua esposa fez com você no verão passado ou para ficar recordando infinitas vezes aquele relacionamento que terminou. Para a pesquisadora Donna Rose Addis, Neurocientista e Professora do Departamento de Psicologia da universidade de Toronto, Canadá, a nossa memória foi criada para avaliarmos e preparamos eventos futuros. A nossa capacidade de buscar na memória os eventos passados para analisar e preparar um futuro melhor ou diferente, é que nos faz evoluir como seres humanos. É o que nós vemos também nos conteúdos da Psicologia Prospectiva, de Martin Seligman. Para ele, a memória não lida com o passado, mas sim com a projeção do futuro.


Então, se você sofreu em um relacionamento, se você ainda lembra-se a todo o tempo de tudo o que aconteceu, isso se dá para que você evite daqui pra frente passar por isso de novo e crie estratégias para construir um futuro diferente. Mas cabe a você trabalhar as emoções que ainda surgem e doem através da memória e, assim poder realizar as mudanças em sua vida para conquistar relacionamentos mais felizes e duradouros.


E como fazer isso? Faça terapia! Entregue-se ao autoconhecimento e crie uma nova vida! Não permite que eventos do passado definam a sua vida ou a pessoa que você é. Aprenda com eles, evolua! Só depende de você!



Zaionara Gomes

Psicóloga





Dicas de Leitura/aprendizagem:

Documentário NetFlix - Explicando a Mente


Livros/Artigos:


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